domingo, 15 de maio de 2016

A Verdade, A Luz, A Consciência: Ensinamentos de Shiva (Shiva Sutras) e nove horas do Mantra de Shiva

                Quando há mentira, certamente se busca a verdade. Havendo direito a bens, definitivamente se busca reavê-los. Na cegueira se almeja a luz, não se ouvindo, aguça-se a atenção, em frente ao que se ignora, um mundo de possibilidades ao estar atento.
E se, iludidos no escuro e na confusão desconhecêssemos A Voz, O Amor, A Doçura, certamente jamais quereríamos novamente estar só.
       Para estarmos atentos sobre A Verdade, do que realmente podemos, temos e somos, os ensinamentos de Shiva (Shiva Sutras) são maravilhosos: curtos, exatos e objetivos, como uma flecha inexoravelmente destinada ao ponto mais central do alvo. Que caiam as vendas e liberem-se as potencialidades.
       Quem tiver o conhecimento do inglês existem versões com as quais se podem comparar a essa que trago em português que está na web no seguinte link:
http://www.numerologic.com/teosofia/textos/SHIVA%20SUTRA.pdf

                  Para acompanhar as reflexões sobre A Verdade, trago também um vídeo com nove horas do mantra "Om Namah Shivaya", Tradução possível: 

 "Saúdo e me rendo ao Senhor Shiva".



SHIVA SUTRA
PRIMEIRA SEÇÃO
SHÂMBHAVOPÂYA
1.1 - Chaitanyam Âtmâ
1.1 - “A Mônada ou Espírito individual, que é que é o mais interno Eu do homem, possui em essência a natureza de pura consciência, isto é, da Realidade quando voltada para fora e, dessa maneira, funcionando em seu aspecto Consciência.”
1.2 - Jñânam bandlah
1.2 - “O Conhecimento baseado nas ilusões da mente é a causa da escravidão da Mônada, ou Jivâtmâ, nos mundos inferiores.”
1.3 - Yoni-vargah kalâ-sharîram
1.3 - “Maya, classe, função e veículo da consciência, determinaram a natureza do conhecimento mental (que é a origem da escravidão).”
1.4 - Jñânâdhisthanam mâtrikâ
1.4 - “As bases estruturais sutis de todas as qualidades de conhecimentos que aparecem na mente são os poderes específicos presentes nos sons que correspondem às letras do alfabeto, ou outros modos de movimento.”
1.5 - udyama bhairavah
1.5 - “O imenso esforço e a energia requeridos para a manifestação de um universo provêm da Vontade Divina de Shiva, a Consciência Universal, e aparece inicialmente através do âkâsha sob a forma de Nâda, o Som integrado, do qual são derivados todas as formas de vibração e modos de movimento no reino da manifestação.”
1.6 - Shakti - Chakra - Samdhâne vishvasamhârah
1.6 - “Pela contemplação do Centro, através do qual o Poder Divino desce e produz a manifestação de um universo, a consciência reverte ao seu puro estado original e assim o universo - como um fenômeno mental separado - desaparece.”
1.7 - Jâgrat-svana- susupti-bhede thuryâbhoga - (samvit) sambhavah
1.7 - “Transpassando os três estado inferiores (Jâgrat, svapna e susupti), a consciência torna-se capaz de expandir-se no quarto estado, do qual derivam os três inferiores.”
1.8 - Jñânam jâgrat
1.8 - “Jâgrat ou consciência de vigília compreende, no seu sentido mais amplo, todo o conhecimento obtido quando o Eu subjetivo está em contato direto com o mundo em
torno, seja em que plano for.”
1.9 - Svapna vikalpâh
1.9 - “Svapna ou estado de sonho da consciência, no seu sentido mais amplo e filosófico, compreende todo o conhecimento presente na mente quando o Eu está exercendo uma atividade mental independente do mundo que o cerca.”
1.10 - Aviveko nâya sausuptam
1.10 - “Susupti ou o estado de sem-sonhos da consciência compreende, em seu mais amplo sentido filosófico, todo o conhecimento contido no reino da mente porque é baseado na ausência de percepção da Realidade Única devido a Maya.”
1.11 - Tritaya-bhokta vîreshah
1.11 - “Aquele em cuja consciência os três estados se tenham fundido em um único estado integrado pode exercer todos os poderes dentro do reino limitado da manifestação.”
1.12 - Vismayo Yogabhûmikâh
1.12 - “Os estados atingidos e as experiências conquistadas nos diversos estágios da prática da Ioga são realmente  surpreendentes.”
1.13 - Icchâ-shaktir umâ kumârî
1.13 - “O Poder Divino atuante através do iogue que está preso no reino da manifestação, embora seja maravilhoso, ainda não está ligado à Divina Consciência do Shiva no “Imanifesto” e portanto não é verdadeiramente infinito.”
1.14 - Drshyam sharîram
1.14 - “O mundo objetivo que rodeia tal iogue, aparece-lhe como sendo seu próprio corpo, devido à expansão da sua consciência.”
1.15 - Hridaye cittasanghattad drishyasvâpadarshanam
1.15 - “Com a percepção da interação entre a consciência e a mente no centro da consciência, o mundo objetivo produzido na mente do iogue é visto como um sonho, isto é, como um fenômeno puramente imaginário.”
1.16 - Shuddha-tattva-samdhânâd vâ apashu-shaktih
1.16 - “Pela contemplação da Realidade em sua pureza, é atingida a capacidade de neutralizar o poder que acorrenta a alma ao mundo irreal.”
1.17 - Vitarka âtmâ - jñânam
1.17 - “Pelo controle, e, finalmente, supressão da atividade da mente individual é atingido o conhecimento do Âtmâ ou o Espírito individual do homem.”
1.18 - Lokânandah samâdhisukham
1.18 - “Pela contemplação do aspecto ânanda do Eu, como no caso de um devoto, o iogue se torna consciente da bem-aventurança que permeia os mundos manifestados.”
1.19 - Shakti-samdhâne sharirotpattih
1.19 - “Pela contemplação do Poder Divino, que é base do mundo objetivo, o iogue pode ver como todos os corpos são criados por este Poder e, possuindo esse conhecimento, é capaz de criá-los.”
1.20 - Bhûtasamdhâna-bhûtaprithaktva-vishva-sambhattâh
1.20 - “Pela contemplação da natureza dos pañcha-bhûtas, ou os cinco Elementos Cósmicos, o iogue adquire a capacidade de analisá-los e separá-los e assim descobrir como, por sua instrumentalidade, foram construídos ou coordenados o universo e os objetos nele contidos.”
1.21 - Shuddhavidyodayâc chakreshatva-siddhih
1.21 - “No alvorecer do puro conhecimento integrado, concernente ao Princípio que é a base de todas as modalidades de técnicas, o iogue adquire o domínio do Grande Centro através do qual o Poder Divino desce à manifestação para executar as suas múltiplas funções.”
1.22 - Mahâhradânusamdhânât mantravîryânbhavah
1.22 - “Pela contemplação do reservatório da Energia Divina, oculta no Centro da Consciência Divina, é obtida a percepção do poder integrado do Som presente em todos em todos os mantras, que são os instrumentos pelos quais o Som atinge os seus fins.”

SEGUNDA SEÇÃO
SHÂKTOPÂYA
2.1 - Cittam mantrah
2.1 - “A base da mente, em seu aspecto objetivo e estrutural, é o poder inerente às diversas combinações de Sons.”
2.2 - prayatnah sâdhakah
2.2 - “Sucesso no conhecimento da relação entre a mente e um mantra e, pelo uso desta relação, atingimento da Auto-Realização, somente podem ser alcançados pelo esforço perseverante e inteligente, baseado no conhecimento correto.”
2.3 - Vidyâsharîra-satta mantra-rahasyam
2.3 - “O conhecimento e sua técnica são baseados na vibração e, o segredo para adquirir conhecimento concernente às realidades interiores está oculto na ciência dos mantras.”
2.4 - garbhe cittavikâso, vishista - vidyâ - svapnah
2.4 - “A espécie inferior de conhecimento, que se desenvolve através da mente no reino de Mâyâ, ou Prakriti, tem a natureza do sonho, sendo assim puramente imaginária e não real.”
2.5 - vidyâsamutthâne svâbhâvike khecarî shivâvasthâ
2.5 - “O conhecimento supremo, que surge na consciência pelo emprego de meios apropriados, não é influenciado pelas limitações da individualidade e somente pode existir além da manifestação num Estado de Vazio que é o Estado Supremo da Realidade denominada Shiva.”
2.6 - Gurur upâyah
2.6 - “O meio para obter o conhecimento supremo pode ser aprendido com o Mestre espiritual de cada um, por já ter Ele atingido a Auto-Realização.”
2.7 - mâtrikâ - chakra - sambdhah
2.7 - “O Mestre Espiritual inicia o discípulo unindo sua própria consciência com a do discípulo e, assim, dá a este último o conhecimento direto do mâtrikâ-chakra através do qual o poder do Som desce à manifestação.”
2.8 - Sharîram havih
2.8 - “Na prática dos métodos ensinados pelo Mestre espiritual o corpo ou os veículos da consciência do discípulo são queimados no Fogo do Conhecimento e cessam de obscurecer e confinar sua consciência.”
2.9 - Jñânam annam
2.9 - “E a qualidade inferior do conhecimento mental, citada no aforismo 2.4, é queimado no Fogo do Conhecimento da Realidade, que desponta.”
2.10 - vidyâsamhâre taduttha-svapna-darshanam
2.10 - “Com o desaparecimento da ilusão peculiar à espécie inferior de conhecimento mental, é percebida a natureza semelhante ao sonho do mundo mental criado pela mente do discípulo.”

TERCEIRA SEÇÃO
ÂNAVOPÂYA
3.1 - Âtmâ cittam
3.1 - “A mente é apenas uma derivação, e uma forma diferenciada da pura Consciência centralizada, portanto, essencialmente da mesma natureza da Consciência.”
3.2 - Jñânam bandhah
3.2 - “É o conhecimento mental, prejudicado pela ilusão da dualidade, que é a fonte e o instrumento da escravidão do homem que, inerentemente é livre e, fundamentalmente, é uma expressão da Realidade.”
3.3 - Kalâdînâm tattvânâm aviveko mâyâ
3.3 - “Deriva da natureza essencial de Maya ou de sua influência a incapacidade para compreender que os fenômenos do reino da mente são criados por diferenciação de princípios inerentes à consciência.”
3.4 - Sharîre samhârah kalânâm
3.4 - “Quando os veículos são queimados no Fogo do Conhecimento, como diz o aforismo 2.8, as diferentes funções dos princípios ou kalâs, que se expressam através dos veículos, simultaneamente desaparecem.”
3.5 - nâdisamhâra-bhûtajaya-bhûtakaivalya-bûthaprithaktvâni
3.5 - “Quando a consciência se retira dos nâdis, ou canais ao longo dos quais fluem as forças vitais de um veículo, é obtido o domínio dos bhûtas e a capacidade de separálos, isolando-os uns dos outros.”
3.6 - Mohâvaranât siddhih
3.6 - “Nesses siddhis ou poderes inferiores ainda existe obscurecimento por moha ou ilusão da mente causada pelo apego, que impede a completa liberdade ou Liberação do mundo manifestado.”
3.7 - mohaiayâd anantâbhogât sahajavidyâ - jayah
3.7 - “Somente pelo domínio da ilusão mental, causada pelo apego, mesmo que seja ao mais sutil dos objetos do mais alto plano da manifestação, é obtido o conhecimento inerente à Realidade que é oniabrangente, e através do qual tudo pode ser realizado.”
3.8 - Jâgrad dvitîya-karah
3.8 - “Jâgrat ou estado desperto da consciência de um indivíduo, em qualquer nível, é o brilho secundário da Luz Suprema da Consciência de Shiva, sendo o brilho primário a Divina Consciência do Logos.”
3.9 - nartaka Âtmâ
3.9 - “O indivíduo que realizou a sua natureza espiritual como Âtmâ é um ator e está consciente de ser um ator no palco do mundo e, assim, não afetado ou iludido pelo papel que lhe compete representar.”
3.10 - rango antarâtmâ
3.10 - “A Consciência Universal do Logos ou Ishvara fornece o palco para o drama mundial que é representado em um sistema manifestado.”
3.11 - preksakânîndriyâni
3.11 - “Os outros Jîvâtmâs assistem a representação, no palco do mundo, dos diversos Jîvâtmâs, por meio dos órgãos dos sentidos. Eles não têm possibilidade de ver o Âtmâ do ator, mas somente a parte exterior, que ele está representando no mundo.”
3.12 - dhîvashât sattvasiddhih
3.12 - “Pelo perfeito controle do poder de percepção é possível fazer a consciência, antes voltada para fora, interiorizar-se e focalizar-se no Âtmâ, Centro individualizado da Realidade.”
3.13 - yiddhah svatantra-bhâvah
3.13 - “Pelo atingimento do completo controle sobre o poder de percepção o iogue atinge um estado de ser no qual está inteiramente liberto das limitações que confinam a consciência encarnada dos seres humanos, nas diversas condições de espaço e tempo.”
3.14 - yathâ tatra tathâhyatra
3.14 - “Assim como nesta, também nas outras partes”; ou “nestas como em quaisquer outras circunstâncias”. O significado do enigmático enunciado acima é que o iogue tem conhecimento e pode funcionar da mesma maneira por toda parte dentro do sistema especial ao qual pertence.
3.15 - bîjâvadhânam
3.15 - “Neste estágio de Âtma-jñâna a consciência do iogue está colocada no centro de sua consciência, isto é, o Centro do qual o seu mundo mental é projetado. Este ponto é chamado o manobindu em sânscrito, e é concêntrico com o Mahâbindu.”
3.16 -tâsanastho sukham hrade nimajjatti
3.16 - “Estabelecido no tríplice aspecto Sat-Cit-Ânanda da consciência átmica, o iogue está mergulhado no oceano da bem-aventurança e sabedoria que permeia o sistema manifestado.”
3.17 - svamâtrâ - nirmânam âpâdayati
3.17 - “Tal iogue tem o poder de criar ou produzir resultados na medida de sua capacidade que, embora possa ser imensa, ainda é limitada.”
3.18 - vidyâ-vinâshe janmavinashah
3.18 - “O ciclo de nascimentos e mortes termina somente com a destruição doconhecimento mental inferior baseado em ilusões de várias espécies.”
3.19 - Kavargâdisu mâheshvaryâdyâh pashumâtarah
3.19 - “O iogue deve estar alerta em relação aos Poderes Divinos que inevitavelmente o testarão antes que a Liberação possa ter lugar. Tais poderes pertencem aMaheshvara e são formas diferenciadas de Âdi Shakti, inerentes, em sua forma elementar, aos sons das letras. São esses poderes que desempenham as mais altas funções da Criação, produzindo as ilusões, etc., que são necessárias em qualquer sistema manifestado.”
3.20 - trisu caturham tailavad âsecyan
3.20 - Este aforismo afirma em linguagem metafórica que “o iogue deveria fazer um esforço constante para manter o turîya, ou quarto estado de consciência, subjacente nos estados menos sutis, de modo a não se deixar novamente envolver nas ilusões dos mundos inferiores. O estado turîya é o estado átmico de consciência no qual há uma percepção parcial da Realidade, mas, devido à centralização da Consciência pura, não existe a completa liberação das ilusões e limitações mais sutis.”
3.21 - magnah svacittena pravishet
3.21 - Como se atingirá o quarto estado de consciência chamado turiya? Este aforismo responde à pergunta: “Penetra-se nele mergulhando nos níveis mais profundos da consciência, a partir da própria mente.”
3.22 - prânasamâcare samadarshanam
3.22 - “O atingimento do quarto estado de consciência, no qual a consciência do iogue está centralizada no plano átmico e os três estados inferiores tornaram-se integrados em um único, requer também a reorganização das correntes de prâna e kundalinî em seus respectivos canais dentro do corpo.”
3.23 - madhye varah prasvah
3.23 - “O estado de completa Auto-Realização deve ser atingido porque, amenos que o iogue esteja firme e irreversivelmente estabelecido no mundo da Realidade, a sua consciência pode reverter aos mundos inferiores, sujeitos às ilusões.”
3.24 - mâtrâsvapratyayasamdhâne nastasya punar utthânam
3.24 - “Tentativas repetidas para atingir o mais alto estado possível de consciência no mundo da Realidade, tornam permanentes os estados perdidos pela reversão aos estados inferiores.”
3.25 - Shivatukyo jâyate
3.25 - “Ao atingir o mais elevado estado, que fica além do estado átmico de consciência, a consciência do iogue se torna ‘una’ com a Consciência de Shiva ou Paramâtmâ e adquire então seus atributos.”
3.26 - sharîra - vrittir vratam
3.26 - “Um Mahâtmâ auto-realizado, embora livre da compulsão de reencarnar, pode possuir veículos no mundo manifestado a fim de ajudar a humanidade, como um ato de
devoção.”
3.27 - Kathâ japah
3.27 - “Neste caso, a prédica religiosa que ele está constantemente pronunciando é uma espécie de japa, é a repetição da mensagem da divindade do homem comunicada aos seus companheiros em humanidade.”
3.28 - dânam âtmajñânam
3.28 - “A constante disseminação da Sabedoria Divina é a sua dádiva para aqueles que estão em torno dele ou venham ao seu encontro.”
3.29 - yo ‘vipastho jñâhetus ca
3.29 - “Ele confere o conhecimento direto e se torna o protetor dos que assim foram preparados e iniciados por ele.”
3.30 - sva-shakti-pracaya vishvam
3.30 - “Ele se torna capaz de criar um sistema manifestado pelo Poder do Eu Supremo, com o qual passa a se dotado.”
3.31 - sthiti-layau
3.31 - “Pela mesma razão ele pode manter, e pode também destruir, o sistema manifestado.”
3.32 - tat-pravrittâvapyanirâsah samvetri-bhâvât
3.32 - “Mesmo que o indivíduo auto-realizado esteja desempenhando as atividades mencionadas nos aforismos anteriores, ele permanece totalmente desapegado das mesmas porque a sua consciência está estabelecida no mundo da Realidade.”
3.33 - sukhâsukhaya bahir-mananam
3.33 - “As experiências de prazer e dor na vida de um iogue auto-realizado que está desempenhando a função de Adhikâri Purusha ficam confinadas à periferia de sua consciência e não afetam os seus níveis mais profundos, como as ondas na superfície dos oceanos não afetam suas profundidades.”
3.34 - tad-vimuktas tu kevalî
3.34 - “O iogue cuja consciência tornou-se completamente liberta da influência do prazer e da dor é chamado um kevalî. Somente alguém assim dotado pode trabalhar sem nenhum interesse pessoal e conseqüentemente servir de instrumento eficiente à Vida Divina.”
3.35 - moha-pratissamhatas tu karmâtmâ
3.35 - “Somente um iogue que tenha completamente sobrepujado a influência de moha está qualificado para servir como um Adhikâri Purusha, isto é, como alguém que pode ocupar um cargo de responsabilidade na Hierarquia Oculta que constitui o governo interno do mundo.”
3.36 - bhedatiraskâre sargântara-karmatvam
3.36 - “Elevando-se acima do reino da mente, onde todas as coisas são vistas como separadas, para o reino da Realidade Una, onde as coisas são vistas como diferentes expressões da Realidade, adquire-se a capacidade de funcionar com igual facilidade em todas as esferas, todos os reinos da Natureza e todos os sistemas solares emmanifestação.”
3.37 - karanashatik svato nubhavât
3.37 - “A capacidade de agir livremente dessa maneira, necessária a um Adhikâri Purusha, vem-lhe naturalmente, sem que ele precise empregar para isso nenhum esforço especial, porque o Centro da sua consciência está estabelecido permanentemente no mundo da Realidade, na própria fonte do Divino Poder integrado.”
3.38 - tripadâdy anuprânanam
3.38 - “Como resultado da capacidade que possui de usar o Divino Poder universal, o Adhikâri Purusha pode criar quaisquer formas necessárias ao seu trabalho, e também vitalizá-las em todos os estados e níveis de existência presentes no sistema.”
3.39 - cittasthitivat sharîra-bâhyesu
3.39 - “Como no caso da mente, o corpo e os órgãos dos sentidos e da ação também são vistos na periferia da consciência e não afetam os seus níveis mais profundos.”
3.40 - abhilâsâd bahirgatih samvâhyasya
3.40 - “O desejo ou vontade de um Adhikâri Purusha para executar o Plano Divino, leva-o a atuar também na periferia da consciência, isso porém não o afeta porque, em seu ser mais profundo, está estabelecido no mundo da Realidade.”
3.41 - tadârûdha-pramites tatkasayâj jîva-samksayah
3.41 - “Um Adhikâri Purusha está direta e constantemente consciente da Realidade, por isso, a vida ou personalidade que ele assumiu temporariamente para executar uma parte do Plano Divino, acaba ou desaparece com o desaparecimento simultâneo do desejo ou vontade de executar o trabalho.”
3.42 - bhûtakañcukî tadâ vimukto vhûyah patisamah parah
3.42 - “Quando o Adhikâri Purusha está livre do mecanismo psicomaterial criado por sua vontade utilizando o Poder Divino, sua consciência reverte ao estado de Shiva, ou Realidade transcendental.”
3.43 - naiasargikah prânasambandhah
3.43 - “O princípio de prâna, embora faça a ligação da pura Consciência do Purusha com os seus veículos, no reino da manifestação, pertence realmente ao reino de Prakriti e por isso, quando a consciência do Purusha volta ao mundo da Realidade como diz o aforismo precedente, prâna fica para trás com o veículo, e deixa de existir a sua conexão com o Purusha.”
3.44 - nâsikântarmadhya-samyamât kimatra savyâpasavya susumnesu
3.44 - “Para aqueles que aprenderam a técnica do controle das energias representadas por prâna e kundalinî, através de prânayâma, não mais existe confinamento da consciência no reino da manifestação, pois adquire o poder de se mover para cima e para baixo nos diferentes planos, de acordo com a própria vontade.”
3.45 - bhûyah syât pratimîlanam
3.45 - “Para um Adhikâri Purusha ou iogue que possui perfeito controle sobre os seus veículos e pode projetar a própria consciência em qualquer parte do reino da manifestação, ou mesmo transcender esse reino e penetrar no mundo da Realidade, sempre que o queira, existe também a total reabsorção na Realidade.”

2 comentários:

  1. Om Namah Shivaya!
    Meus humildes e respeitosos cumprimentos e reverêcias.
    Que maravilha de publicaćão. Me trouxe mais do Amado Mahadeva a quem amo e dedico adoração todos os dias!
    PRABHO PAHI APANAMISHE SHAMBO!!!

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    1. Shivaya Namaha!
      Namastê, Bushi Gregório,
      Saúdo seus pés de lótus de devoto, que são os pés de lótus de Shiva.
      Jaya Dakshinamurthy, que nos deu o conhecimento libertador, louvado para sempre Mahaguru Shiva!

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