Já se passaram quase dois anos desde
as minhas primeiras experiências com a energia que alguns grupos orientais
chamam de Kundalini e gostaria de compartilhar com vocês alguns pontos para
desmitificar e esclarecer. São visões extremamente pessoais, amados, porque
pelo que tenho pesquisado de como essa energia modifica na vida das pessoas, é algo
tão particular quanto o próprio relacionamento que se tem com A Divindade. E em todo o processo, em cada segundo da minha vida, Ele, O Amado é O Guru, O mestre, amoroso, paciente e eficaz em seus métodos.
A energia Kundalini é de origem
divina, no hinduísmo é a própria Deusa de mesmo nome abençoando suas filhas e
seus filhos amados, portanto não deve ser temida. Se ela chega até uma pessoa é
porque há um estágio espiritual compatível ou não teria desenvolvido mesmo
tentando. Vejam irmãos queridos, não é uma questão de ser melhor do que os
outros, porque o amor, a compaixão e a caridade são os traços de alguém mais
próximo dO Amado e não quaisquer energias. Também não é uma energia ligada a
uma religião, vejo relatos de várias pessoas de vários grupos inclusive um belo
livro de um pastor evangélico contanto sua experiência.
Sentir a energia que entra por sua
cabeça, dá a volta no seu corpo e sobe por sua coluna é uma etapa em um
processo. Sinto ter adquirido mais paciência, um olhar mais benigno para com
todos, um certo distanciamento de algumas coisas que em outros momentos me
destruiriam, eventos, pessoas, sentimentos. Sinto meu corpo com mais energia e
vitalidade, o tempo parece passar diferente. Porém adoeço, às vezes saio do
centro de equilíbrio por questões psicológicas não resolvidas, mas O Amado
Senhor, me leva de volta, nunca me deixa só. Às vezes descreio de mim e do
outro e vejo que é mais uma batalha com o ego, e está lá O Senhor mostrando que
é com cada um e é cada um.
Percebo os entes desencarnados e o
que eles sentem o que muitas vezes requer meditação e oração e rende alguns momentos
críticos, mas isso é apenas a consciência de algo que acontece com todo ser
humano: vivemos em um mundo misto de almas encarnadas e desencarnadas que se
influenciam mutuamente. Percebo o que as pessoas sentem, e isso às vezes é problemático,
ver que o rosto não condiz com o coração e ter que reagir de acordo. Tenho
sonhos conscientes nos quais acesso a dimensões diferentes, às vezes muito boas
outras muito ruins, e não tenho controle sobre isso.
Tenho consciência de vidas passadas, algumas delas muito doloridas com as quais lido orando, meditando e fazendo terapia com alguém muito competente e especializado em vidas passadas, na certeza de que A Divindade está limpando muito do meu carma. É difícil lidar com o que se faz de errado, se arrepender e perdoar e perdoar muitos que estão a nossa volta sabendo o que fizeram a você de bom ou mal em outras vidas.
Como o corpo é feito de acordo com
nossas existências passadas, a prática de asanas tem me trazido a oportunidade
de tratar nós físicos ligados a experiências traumáticas em vidas passadas que
afetam o corpo, um processo que mexe com as emoções e com o físico ao mesmo
tempo mas que é salutar. Às vezes em ambientes muito cheios,
sinto o que chamo de “cabeça de algodão” e fico cansada bem rápido e certas
comidas definitivamente são proibidas para mim (veja, é uma experiência muito
pessoal), e se juntar má comida, um ambiente pesado e companhias aflitas e em
sofrimento (obsessores) em mim reflete no físico a ponto de eu ficar doente.
E existem os êxtases... Quando O
Amado se aproxima ou naqueles momentos em que O vemos em nós, como um só, como
nunca deixou de ser desde o infinito das eras, uma sensação tão maravilhosa e
tão familiar e tão preciosa. Como nunca estivemos ou estamos sós, como Ele é
belíssimo e puro e purificador e potente e está em nos, e fora de nós e em tudo
e em todos e ainda é mais. Ou uma paz perene de rir para todo mundo porque a consciência
dEle é tão forte que a gente parece virar manteiga, só tenho essa descrição,
manteiga nos braços dO Divino.
Mas não vivo de êxtase, são momentos pontuais
(que eu queria que fossem eternos) e como disse Ramana Maharshi, é preciso
ultrapassar ao êxtase e viver na infinita e infindável paz e serenidade de
união eterna com O Eterno.
De forma que tomo cuidados para estar
em equilíbrio, ouço meu corpo, evito os excessos, medito, oro, tento ouvi-Lo,
procuro tratar do que é ruim dentro de mim mesma: raiva, inveja, rancor,
apegos, e tantas coisas.
Meu objetivo, sinceramente, é
conhecer o coração dO Amado, estar Nele, viver dEle e com Ele e se essa energia
me leva até Ele, vou cultivá-la e sempre, sempre, sempre dar graças a Ela-Ele
Senhora-Senhor por me limpar e me alimentar. Sinto-me como um bebê tentando
andar, tomando forças, se equilibrando, com medo e felicidade, de caminhar
cambaleantemente para cair de amores nos braços dO Amado que me espera mais a
frente. Sei que na verdade Ele está do meu lado cuidando para eu não cair ou se
cair me levantar, mas quero estar cada vez mais atenta, sensível e aberta ao Seu
amor e ao Seu toque e a Sua presença.