Palavras muito belas, simples e verdadeiras de Radhanath Swami. Coloquei o link de uma palestra do TEDx Talks e como não tem legendas em português no próprio vídeo, fiz uma tradução, perdoe ele mesmo e vocês pelos erros e liberdades.
Estou muito honrado e grato por estar entre vocês hoje.
Quando
descobrimos a mágica dentro de nós,
O milagre da
vida, da graça,
Então nós
naturalmente podemos ver essa mágica em todo lugar ao nosso redor.
Gostaria de
compartilhar com vocês algumas das coisas que aconteceram em minha vida,
E que me
ajudaram a chegar a esse entendimento.
Eu fui
nascido e criado em Chicago, e passei minha adolescência nos anos sessenta
Foram tempos
turbulentos,
Confusão e
problemas,
Eu tinha
tanto conflito,
Com o que
parecia ser tanta hipocrisia ao meu redor,
Eu
participei do movimento dos direitos civis,
Mergulhei
funda na contracultura.
Levei gás de
pimenta e sofri com os cassetetes dos policiais,
Durante a
convenção democrática em 1968.
E essas eram
as pessoas que me disseram estavam protegendo a minha liberdade,
Eu estava lá
porque eu tinha dúvidas sobre a validade da guerra do Vietnam,
Onde meus amigos
forram forçados a lutar e alguns foram mortos.
Quando eu
tinha 19,
Eu comecei
minha busca espiritual,
Eu deixei os
EUA,
E vim para
Londres.
Sem dinheiro
fui para a Europa, Oriente médio e por último, fui para os Himalaias na índia.
Nos
Himalaias eu morei em cavernas e florestas,
E
frequentemente encontrava os Yogis.
Alguns deles
demonstravam poderes sobrenaturais,
Que me
impressionavam,
então algo
aconteceu.
Eu estava
sentado na floresta , sob uma gigantesca figueira,
E achei sob
meu pé uma pequena semente.
Eu a segurei
e em frente a árvore ,
E comecei a
pensar que dentro dessa pequena semente,
Havia uma
enorme figueira.
Eu olhei
para o céu e vi uma nuvem,
E comecei a
pensar que durante as chuvas de monções,
Uma única
nuvem possui água suficiente ,
Para inundar
um cidade inteira.
E mesmo
assim aquela nuvem parecia para mim,
Flutuando
levemente no céu.
Eu olhei
para os pássaros no céu ,
E para os
insetos que estavam sobre as árvores,
Então olhei
para o meu próprio corpo,
E pensei que
uma mãe e um pai juntos,
Uma pequena
excreção do pai para a mãe,
E isso se
desenvolve em um ser humano,
Com o
potencial de desenvolver ciência e tecnologia,
De criar e
construir impérios e civilizações.
Minha
percepção naquele momento foi,
Comparado
com a mágica
Que nós
vemos a todo o momento em tudo que nos cerca,
Os poderes
sobrenaturais desses Yogis são insignificantes.
A alguns
anos atrás,
Eu estava
andando com u m amigos em São Francisco,
Na floresta
Muir que é perto de São Francisco.
É uma
floresta de pau-brasil.
Nós fomos a
um guarda florestal,
Ele estava
explicando para alguns turistas,
O segredo
daquela floresta.
Ele explicou
que as sequoias e o pau-brasil são,
As maiores
árvores do planeta.
Algumas têm
centenas de anos ou até mil anos de idade.
Mas
interessantemente, as suas raízes não são profundas.
Então ele
disse que essas árvores,
Estiveram
por séculos e séculos,
Resistindo a
massivas tempestades de ventos,
Nevascas gélidas,
terremotos devastadores,
E sem raízes
profundas, como ficavam de pé?
Então o
guarda florestal fez uma pausa,
Para
explicar o mistério do subsolo da floresta.
E vindo dos
anos sessenta,
Eu gosto de
coisas “underground” (trocadilho com subsolo)
Então eu
estava bem atento.
Ele disse
que as raízes debaixo do solo,
Alcançavam a
superfície,
Procurando as
raízes de outras árvores de pau-Brasil.
E quando as
raízes se encontram, elas se interligam,
Fazendo uma
ligação permanente entre elas.
De forma que
todas as árvores de toda a floresta,
Estão,
direta ou indiretamente,
Dando apoio
umas as outras.
Unidade é a
sua força.
Elas se alcançam
para cuidar umas das outras,
E mesmo uma
muda nova,
Com suas
pequenas, minúsculas raízes,
Tem o
suporte das gigantes anciãs.
Na floresta
Muir,
a natureza
está dando a humanidade uma lição curcial:
de que a força real está na nossa boa vontade em
cuidar e dar suporte uns aos outros.
Nós somos
cuidadores da propriedade divina.
Sabedoria é
entender esse simples princípio universal.
Que dando
nós recebemos.
Por ter
coisas, nós ganhamos a vida,
Por dar, nós
vivemos.
A evolução
espiritual da sociedade,
Pode ser
entendida,
Quando pessoas
amam pessoas e usam coisas.
Mas muito
frequentemente, nesse mundo,
É justo o
oposto (o que ocorre),
Pessoas usam
pessoas e amam coisas.
Eu descobri
uma coisa,
Que realmente
transformou a minha vida.
Uma simples
verdade eterna:
Que todos os
nossos desejos,
Com todos os
seus anseios, recompensas e frustrações,
Partem de uma
mesma origem: esquecimento do amor
Que é
inerente aos nossos corações.
E nesse amor
há o verdadeiro preenchimento (no sentido de completude)
Em 1971 eu
aprendi essa lição,
De um
improvável, mas inesquecível professor.
Eu estava
apenas saindo da adolescência,
E decidi caminhar
mais para o norte,
No deserto
do Himalaia.
Eu estava
sozinho,
Então, subitamente,
eu vi uma cena que me horrorizou:
Havia pessoas,
sem teto, famintas, algumas nuas,
Algumas em
trapos,
E seus
membros estavam mutilados e deformados.
Eu tinha
parado em uma colônia de leprosos.
Quando me
viram, um estrangeiro,
Pensaram que
eu tivesse dinheiro.
Então, cerca
de vinte desses leprosos fizeram um círculo ao meu redor,
Mas um
círculo tão apertado que eu não podia me mover.
Eles ficavam
gritando “bucksheesh, bucksheesh”, “me dá uma esmola”.
Uma parte
minha ficava pensando “porque eles estão fazendo isso com esse estrangeiro?”
E outra
parte de mim pensava “eles estão tão desamparados,
E tão
completamente esquecidos pela sociedade,
Que eles tem
o direito de fazer o que eles quiserem fazer”
Eu fui
assediado por volta de vinte minutos,
E finalmente
quando eles perceberam que eu não tinha nada para dar,
Eles me
deixaram ir.
De forma que
e caminhei por apenas alguns passos,
E vi, ao meu
lado, a uma curta distância,
Uma velha
mulher leprosa.
Ela estava envolta
em trapos,
Seu nariz
estava transformado em um buraco,
Na sua carne
em decadência.
Nossos olhos
se encontraram,
Ela olhou
para mim com um sorriso triste,
Ela entendeu
a minha angústia,
E naquele
momento, ela transmitiu para mim,
Sem palavras,
o terno amor de mãe.
Seu olhar
disse que ela não querida nada de mim.
E sim que
ela entendia o quão devastado eu estava,
Pelo encontro
chocante com aquelas pessoas.
Então ela
ergueu a sua mão sem dedos para me abençoar.
Movida pelo
sentimento maternal,
Eu me
aproximei dela e me pus de joelhos,
Então ela
colocou a mão no topo da minha cabeça,
E sussurrou:
“Que Deus te abençoe, meu filho”.
Eu olhei
para ela, sua face estava brilhante de contentamento.
Ela estava
linda.
Eu senti que
Deus me mandou para ela,
Para ela
fazer o que qualquer mãe,
Não importa
se rica ou pobre, saudável ou doente,
Tem o
direito de fazer:
Abençoar uma
criança.
Eu chorei.
Mais tarde
eu sentei em um banco do rio Ganges,
E pensei que
aquela pobre mulher leprosa,
Que tinha
tão apavorante doença,
Como o rio,
abaixo da superfície,
Havia muito
mais.
A mim me
pareceu que o que ela realmente queria,
Era amar e
ser amada.
Ela não
estava amaldiçoando Deus por sua má sorte,
Em vez
disso, ela distribuindo as bênçãos de Deus para outros, com grande alegria.
Essa
experiência me fez pensar,
Como é tão fácil para nós focarmos em nossas
diferenças.
O que essa
mulher leprosa me ensinou é que
Se olharmos
no fundo do nosso ser,
Do mundo e dos
outros,
Nós descobriremos
que por trás das diferenças em nacionalidades,
Religião,
gênero e aparência,
Em raça,
saúde ou doença,
Há algo
essencial que temos em comum:
As almas e a
capacidade inerente de amar.
Como
analogia,
Em cada
coração, existe um cachorro bom e um cachorro mau.
O cachorro
mal representa a tendência a ser mal, a ser egoísta,
E o cachorro
bom representa nossa natureza divina.
As vezes, o
cachorro mau uiva tão alto,
Que fica
reverberando nas nossas mentes,
E quase não
conseguimos ouvir
O choramingar
do cachorro bom pedindo por nossa atenção.
Qual desses
cachorros irá prevalecer?
Aquele que
nós escolhermos alimentar,
a cada
momento, pelas escolhas que fazemos.
Meu amado
mestre, Sri Prabhupada,
Uma vez foi
questionado por um repórter,
“Você é um
Swami, você pode me mostrar alguma mágica?”
Então ele
citou um verso
Que O Senhor
Krishna falou do Bhagavad Gita,
Que explica
que a verdadeira mágica da vida,
É a
sabedoria de nossa própria Divindade.
Quando entendemos
além da mente e do corpo mutáveis,
A força
vital que possui a capacidade intrínseca de amar.
E quando nós
percebemos,
Quando temos
acesso a esse amor dentro de nós,
Nós podemos
ver nossa harmonia com Deus,
Com a
natureza e uns com os outros.
A verdadeira
mágica da vida está na transformação.
Transformação
da arrogância em humildade,
Ganância em
generosidade,
Transformação
de ódio em amor,
Tristeza em
alegria.
Dizem que
você pode entender o quão rico você é,
Contanto quantas
coisas você tem que o dinheiro não pode comprar.
Completude
interior,
Amar e ser
amado.
Esse amor
incondicional que é intrínseco a todos nós,
É o maior
poder no universo.
É um poder
que tem tamanha força,
Que nos
motiva a realizar coisas,
De uma
maneira que nós podemos realmente fazer coisas maravilhosas para nós,
Para nossas
famílias e para o mundo.
Se nós estamos
na política,
Nos negócios,
na ciência, ou na agricultura,
Ou se somos
pequenos Swamis,
Essa capacidade
está dentro de todos nós.
Quando
harmonizamos esse princípio nas nossas vidas,
Nós recebemos
poder pela graça,
para fazer mudanças extraordinárias
Em tudo que
fazemos.
Muito
obrigada a todos.
Sem comentários:
Enviar um comentário